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Setembro Amarelo: Campanha visa prevenção de casos de suicídio

    Apenas hoje, até o final do dia, 32 brasileiros vão morrer por suicídio. Muito mais que uma estatística, trata-se de uma questão de saúde pública, pois várias destas mortes poderiam ser evitadas. Falar, quebrar tabus, superar estigmas e senso comum, alertar a população e conscientizar são tarefas cotidianas, mas, neste mês, ganham sentido especial: é o Setembro Amarelo, movimento para prevenção do suicídio.

   Em todo o país estão sendo realizadas ações que orientam e conscientizam as pessoas sobre a importância do diálogo sobre o tema e a prevenção ao suicídio. De acordo com a psicóloga da Secretaria Municipal da Saúde e NASF – Karine Dellbrugger, o suicídio ainda é tratado pela sociedade como um tabu, mas deve ser encarado como um problema de saúde pública. A psicóloga traz alguns dados que apontam que o Brasil é o 8º país em casos de suicídio em todo o mundo. De acordo com as estatísticas, a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. Esta também é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. “Em nossa região estes dados também se confirmam. Em cerca de um mês, três jovens entre 20 e 29 anos morreram por suicídio. No estado, um estudo apontou que esses casos têm aumentado muito. E para cada suicídio consumado, há pelo menos mais 20 tentativas”, explica Karine.

     A psicóloga alerta para os principais sintomas da pessoa que tem pensamentos suicidas. Nestes casos é comum que as pessoas tenham pensamentos como “não aguento mais”, “eu queria sumir”, “eu quero morrer”. Segundo ela, a pessoa mostra desinteresse pela vida, dificuldade de relacionamentos, desmotivação e não tem mais perspectiva de futuro. A psicóloga comenta que outros sinais que muitas vezes as famílias não percebem, é quando a pessoa compra e estoca grande quantidade de remédios em casa, compra uma arma, entrega algo de valor para outra pessoa, deixa as pendências resolvidas e quando há uma melhora súbita de uma pessoa que estava deprimida ou isolada.

     Karine comenta que um dos mitos que o Setembro Amarelo pretende desmistificar, é de que a pessoa que tem a pretensão de cometer suicídio, não avisa ou não fala sobre isso com os familiares. A psicóloga afirma que isso não é verdade, pois de uma forma geral, nos casos de suicídio, ou de tentativa, as pessoas deram muitos sinais antes de cometer o ato. Ela ressalta que na maioria das vezes as famílias não conseguiram perceber esses sinais, por isso a importância das pessoas falarem sobre o tema, procurarem um profissional e descobrirem maneiras de evitar que o pior aconteça.

     Karine Dellbrugger destaca que é preciso ficar atento caso uma pessoa mude de comportamento de uma hora para outra, ou apresente qualquer outro dos sintomas já citados. A primeira iniciativa é o diálogo, e se necessário, a procura de um profissional. É importante também não subestimar a pessoa, ou dizer que ela está apenas querendo chamar a atenção. “É consenso que falar é a melhor solução. Muitas mortes poderiam ser evitadas se a informação de que se pode pedir ajuda e dividir o que se sente com alguém fossem disseminadas. É isto que a campanha Setembro Amarelo pretende”, complementa Karine.