Melhoramento Genético expande bacia leiteira de São João do Oeste
A bovinocultura leiteira é imprescindível para a economia local e regional. No município de São João do Oeste, por exemplo, foram comercializados mais de 51 milhões (51.835.380) de litros de leite no ano de 2016. A quantidade gerou uma cifra superior a R$ 68 milhões, representando 26,91% de todo movimento econômico agropecuário do município.
Os resultados são fruto do trabalho árduo dos produtores rurais e de programas municipais de incentivo à produção, que ano após ano, tornam a bacia leiteira de São João do Oeste mais forte e destacada. O programa de melhoramento genético desenvolvido pela Secretaria da Agricultura há vários anos é uma das ferramentas transformadoras das propriedades rurais. Aumento de produção e capacidade reprodutiva são características iminentes, que melhoram o desempenho, aumentam a renda e fixam o produtor no campo.
O trabalho vem sendo acompanhado pelo Médico Veterinário Élio Ravazi de Oliveira. O sêmen é fornecido pela empresa Embriosêmen do Brasil, vencedora da licitação da genética da raça holandês. O médico veterinário e gerente técnico da empresa, Ronaldo Luis Tonin, esteve no município para ver “in loco” os resultados. Acompanhado também pelo vice-prefeito e coordenador das atividades na Secretaria da Agricultura Genésio Anton, realizaram visitas em algumas propriedades, que trabalham com a raça holandesa.
Segundo Ronaldo, todo programa de melhoramento genético deve ser iniciado com a coleta das informações que serão utilizadas no procedimento. Isto vem sendo feito gradativamente no município e o rebanho leiteiro melhorado de geração em geração do animal. Por isso, ele faz duas visitas por ano ao município, para acompanhar o andamento das atividades e conferir os resultados que são obtidos.
O melhoramento genético para gado leiteiro tem como objetivo produzir uma vaca com genótipo adequado e máxima produção de leite em relação ao ambiente a que ela será submetida. Estes “genótipos” devem ser combinados de maneira a aumentar a frequência dos genes favoráveis a expressão da característica com alta intensidade.
Em visita a propriedade de Roque Klein, produtor de leite da comunidade de La. Cristo Rei, os responsáveis técnicos enalteceram a evolução do plantel de vacas da raça holandesa. O melhoramento genético vai aperfeiçoando as características dos animais, foca na produção de leite com alta qualidade, longa vida produtiva, reduz problemas reprodutivos, aumenta a resistência a doenças e permite uma conversão alimentar eficiente, o que obviamente aumenta a qualidade e a quantidade de leite produzido. “A genética tem sido fundamental no crescimento da produtividade da bacia leiteira”, comenta Ravazzi.
A família Klein está satisfeita com os resultados obtidos ao longo dos anos em que vem investindo no melhoramento genético do plantel leiteiro. Roque e a esposa Marlene, juntamente com o filho Marcelo, contam com uma propriedade de 15 hectares e mantém 22 vacas da raça holandesa em produção. “Temos ainda 19 novilhas que estão sendo criadas com a finalidade de se tornarem futuras vacas”, comenta Klein. O produtor recorda que sua família foi a primeira que iniciou com trabalhos de melhoramento genético na antiga Itapiranga, há mais de 40 anos. Na atual propriedade em Cristo Rei, ele reside há 18 anos e elogia o trabalho que vem sendo realizado pela Secretaria da Agricultura no município. Mensalmente, Klein acompanha os índices de cada vaca, a qualidade do leite e a média produzida. A qualidade dos animais já foi reconhecida com a exposição em diversas feiras agropecuárias.
Outra propriedade visitada foi a de Dirceu Babick e de Janice Schroeder. Eles também estão investindo na raça holandesa e contam atualmente com 22 novilhas em fase de preparação para se tornarem vacas e incorporar no plantel leiteiro da propriedade. Babick está a cerca de 3 anos promovendo gradativamente o melhoramento genético do plantel e destaca a qualidade dos animais.
O vice-prefeito e coordenador das atividades na Secretaria da Agricultura Genésio Anton, reforça que os produtores de leite devem focar em Genética, nutrição e manejo, considerados os pontos cruciais para o sucesso na atividade. Anton enfatiza que irá acompanhar de perto todas as ações desenvolvidas e conferir a campo os resultados. “Cada real que for investido, nós iremos conferir se realmente gera um resultado efetivo, lá na propriedade do agricultor”, reforça Genésio. Segundo ele, somente este ano já foram investidos R$ 330 mil nos programas de inseminação e melhoramento genético. “São recursos que trazem resultado, já que o leite é o maior movimentador econômico do município, ou seja, o que mais distribui renda para famílias e gira no comércio local”, complementa.
O produtor Dirceu cita a importância do trabalho de melhoramento genético, mas também destaca a necessidade da busca por informações e conhecimento para agregar na propriedade e desenvolver a atividade. “O produtor precisa se profissionalizar e buscar informações confiáveis constantemente”, finaliza Babick.
